Pás às mãos
Sai o homem
a campo
A cabeça encoberta
Sob o sol
escaldante
É manhã em
sua vida.
Os passos
abrem-lhe as portas
Escava,
lapida, implode
Rasga o vale
O cirurgião
da paisagem
Machuca a
terra
Viva e vermelha
que
Feito ferida
aberta sangra
E parte,
genitália à mostra,
A parir a
história do mundo.
Mas não há caminho profundo
Que não deixe também sua marca.
Agora ele é a rocha
Que não deixe também sua marca.
Agora ele é a rocha
Em cuja pele
craquelada
Veem-se os
sulcos da alma
Dividida:
À frente, o
amanhã
Sempre
precipício
Às costas,
A matéria
antiga
De que é
feito
Memória sedimentada
Em um
coração
Fossilizado.
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